Foto feita de baixo para cima pegando mulher de roupa verde e máscara arrumando pés de alface entre barracas verdes de feita com uma frondosa árvore ao fundo
Isaele Viana, de Capistrano, no Maciço de Baturité, é uma das produtoras beneficiada pela nova feira agroecológica do Parque Adahil Barreto | Foto: Fernanda Oliveira

Fortaleza – CE. A busca por alimentos saudáveis, sem veneno, com a certeza da origem, preço justo e a possibilidade de estimular a produção da agricultura familiar são alguns dos motivos por cada vez mais consumidores optarem por feiras agroecológicas. Além do produto saudável, a vantagem de conhecer quem planta e colhe o alimento que está levando para casa.

Agricultoras e agricultores, por sua vez, se empolgam por poderem diversificar, cada vez mais, a produção, por evitarem perdas e terem uma renda certa. Além disso, a relação direta entre consumidor e produtor garante outras vantagens, como um atendimento personalizado das necessidades.

Isaele Viana tem 32 anos, duas filhas, é filha e neta de produtores rurais em Capistrano, na Região do Maciço de Baturité e está feliz da vida com a oportunidade de comercializar a sua produção num dos mais recentes espaços de Feira Agroecológica de Fortaleza, o Parque Adahil Barreto. “Ajudou muito na renda da família”, conta e explica que antes comercializava só no mercadinho local e às vezes a produção estragava por falta de clientela.

Atarah Sales, 19, participa da feira com os pais. Todos vivem no sítio do seu avô, que é agrônomo, em Aquiraz, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), onde cultivam aproximadamente 20 diferentes produtos em sistema agroflorestal. A feira é uma excelente forma de escoar esta produção num rico processo de interação que só uma feira é capaz de promover.

No Parque Adahil Barreto, aos sábados, a cada 15 dias, muitos consumidores já se acostumaram a fazer as compras depois da caminhada ou piquenique. “Uma amiga que mora no entorno me avisou. Além de não ter atravessador, como sua filha da terra, adoro feira”, afirma a servidora pública Antônia Lima.

O casal formado pela educadora Catarina Studart e o cineasta Pedro Dulci já tinha recebido algumas informações por aplicativo de celular e decidiu conferir porque consideram muito sustentabilidade e qualidade no consumo.

Colaboradora da Fundação Cepema há pouco mais de um ano, Renata Wirtzbiki teve a primeira experiência na Praça das Flores. Depois, durante a pandemia, seguiu com as cestas ecológicas, durante o período mais restrito da pandemia de Covid-19, e, desde setembro, participa da Feira no Adahil Barreto. “Já fidelizou desde o primeiro momento. Os clientes conhecem e já divulgam”, alegra-se.

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“A proposta da Feira no Parque tem a ver com a combinação de alimentação saudável e exercício físico, ocupação de espaços públicos. Depois de uma longa experiência de assistência técnica a agricultoras e agricultoras, de constituir uma rede de agroecologia que envolve a produção e o consumo, a EcoCeará. Depois das cestas ecológicas na pandemia, se avaliou a construção de mais um espaço de feira agroecológica na cidade com a preocupação com a certificação e a experiência de venda fora dos espaços de produção”, explica Rafael Tomyama, coordenador de comunicação da Fundação Cepema.

A Rede EcoCeará de Agroecologia é constituída por agricultoras e agricultores, consumidores e organizações unidos pela Agricultura Agroecológica e envolve atualmente produtores dos territórios da Serra da Ibiapaba, Região Norte, Região Metropolitana de Fortaleza, Sertão de Quixadá e Maciço da Baturité que somam 300 famílias organizadas em grupos ou núcleos produtivos.

Os produtos contam com três tipos de certificação: por auditoria, Sistema Participativo de Garantia e Controle Social na Venda Direta. “Além disso, é uma oportunidade de vivenciar o desafio da comercialização numa perspectiva solidária, de colaboração, de autogestão. Já estamos na 12ª semana, já com uma clientela consolidada”, completa Tomyama.

A diversidade de produtos oriundos da agricultura familiar é grande. São mais 80 tipos com preços acessíveis, entre hortaliças, folhagens, frutas, leguminosas, mel, licores, arroz, café, doces, plantas ornamentais, itens de artesanato e outros. A produção vem da regiões citadas e da produção da Cooperativa Central das Áreas de Reforma Agrária do Ceará (CCA/MST). Os produtores aceitam dinheiro, PIX e cartão.

Barracas de feira verdes com as inscrições EcoCeará e Sesc, e pessoas transitando numa área calçada abaixo de árvores
A Feira Agroecológica do Parque Adahil Barreto é realizada de 15 em 15 dias | Foto: Fernanda Oliveira

A feira quinzenal é uma promoção da Secretaria de Meio Ambiente do Ceará (Sema) e da Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA), da Fundação Cepema e da Rede Eco Ceará e conta com o apoio do Instituto Agropolos, da União Nacional das Organizações Cooperativas Solidárias (Unicopas), do Sesc Iparana Hotel Ecológico e da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece).

As equipes de educação ambiental, educação em saúde, nutrição e recreação, do Sesc Iparana Hotel Ecológico, têm realizado atividades voltadas aos produtores e frequentadores do Parque e da Feira. Como exposição e distribuição de sementes produzidas no Horto Medicinal e no Viveiro de Mudas.

Outros pontos

O sucesso da Feira Agroecológica no Adahil Barreto levou à intercalação com a nova Feira Agroecológica do Shopping Riomar Kennedy. No sábado em que não estão no Parque, os feirantes estão no Shopping e contam que já há clientes que frequentam os dois espaços, embora fiquem em lugares distantes na cidade.

A mais antiga feira agroecológica em funcionamento em Fortaleza é a do Benfica, também quinzenal e que se realiza também aos sábados de 15 em 15 dias, e bastante conhecida pelos fortalezenses que procuram se alimentar de uma forma mais saudável.

Há também a Feira Agroecológica e Solidária do Centro de Estudos do Trabalho e de Assessoria ao Trabalhador e à Trabalhadora (Cetra), toda primeira sexta-feira do mês. São produtos fresquinhos, sem agrotóxicos, sem transgênicos, cultivados a partir de princípios agroecológicos e vindos direto do quintal de famílias agricultoras dos territórios do Sertão Central e Vales do Curu e Aracatiaçu. Entre eles, goma fresca, carimã, cheiro verde, galinha caipira, mel, doce de fruta, bolo, frutas, legumes, verduras podem ser adquiridos. Com pagamento em dinheiro e PIX.

Importante, em qualquer escolha, lembrar de levar a sacola retornável.

Serviço

Feira Agroecológica do Parque na Área Adahil Barreto
Sábados (15 em 15 dias) – 7h às 12h (próxima dia 19)
Feira Agroecológica do Shopping Riomar Kennedy
Sábados (15 em 15 dias) – 7h às 12h (próxima dia 12)
Feira Agroecológica do Benfica
Sábados (15 em 15 dias) – 7h às 12h (próxima dia 12)
Feira Agroecológica e Solidária do Cetra
Primeira sexta-feira do mês – 15h às 17h30

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